
Setenta anos após a morte de Garoto e Carmen Miranda, o Clube do Choro – Porto resgata o legado deste compositor e intérprete incontornáveis. A 2 de outubro, pelas 22h00, o grupo portuense estará no Espaço Café-Concerto do Cineteatro Alba, num espetáculo gratuito do ciclo OuTonalidades.
Em 1939, Garoto, um dos violonistas mais inovadores da história da música brasileira, recebeu uma carta da maior estrela de Hollywood da época: Carmen Miranda. A luso-brasileira convidava o genial músico para integrar o Bando da Lua numa digressão pelos Estados Unidos. O sucesso foi imediato.
Garoto foi um revolucionário do violão brasileiro, misturando choro, samba e harmonias sofisticadas com influências do jazz. Virtuoso e inovador, antecipou a bossa nova com a sua técnica refinada e composições marcantes. Natural de Marco de Canaveses, Carmen Miranda foi uma das artistas mais influentes da sua época, que levou a música e a cultura do Brasil ao cenário internacional. Com o seu carisma, figurinos extravagantes e voz inconfundível, popularizou o samba e conquistou Hollywood.
O Clube do Choro - Porto revisita o repertório instrumental de Garoto e apresenta alguns dos temas imortalizados na voz de Carmen Miranda. O café-concerto traz também para o centro do palco o violão tenor, instrumento no qual Garoto é, até hoje, reconhecido como o maior mestre. Uma viagem imperdível pela riqueza da música brasileira, celebrando a genialidade de dois artistas que marcaram gerações.
Fundado em 2018, o Clube do Choro - Porto desenvolve uma intensa atividade na divulgação deste género musical. Atua a partir de duas grandes linhas orientadoras: a interpretação e o resgate de repertório histórico do choro - com os temas icónicos, mas também os menos conhecidos; e ainda o estímulo às novas criações contemporâneos dentro da linguagem do choro.
A formação gravou em janeiro de 2023 o seu primeiro álbum, “Sonoro Mar”, que contou com o apoio da DGArtes para a sua criação, edição e divulgação. Fruto de uma minuciosa pesquisa de repertório sobre os discos de 78 rotações, o disco traz à tona memórias musicais que uniram o Brasil e Portugal no início do século XX. Prepara agora o lançamento do segundo trabalho, uma conversa entre o choro e a música peruana, com temas e arranjos do guitarrista Sérgio Valdeos.